A solidão as vezes dói

Eu vi que você está namorando. Vi por acaso, passando pelas minhas mensagens no app vi que sua foto estava diferente. Você beijando uma mulher. Aquilo foi um soco no meu estômago. Todas as vezes que isso acontece de alguém que eu tenha gostado de ficar começa a namorar eu penso: Porque não foi comigo?

Eu não acho que sou uma pessoa que me apego fácil, não me apaixono por qualquer um. Mas quando eu encontro alguém que se encaixa comigo eu acabo não controlando. E ultimamente isso é só o que eu faço, controlar meus sentimentos. Sentir é perigoso, é doloroso, arriscado. Eu não consigo saber em quem confiar, parece que ninguém é a pessoa certo. Na verdade eu não sou a pessoa certa de ninguém.

Eu decidi que esse ano não me apegaria. Isso não é porque eu quero ficar só, mas porque eu não quero mais me decepcionar. Me sinto tola, pois, parece que eu que crio expectativas aonde não existem. Então eu estou constantemente afastando as expectativas. Nunca fui tão racional.

No fim do dia é muito solitário não ter com quem conversar, com quem dividir os pensamentos, não ter em quem pensar. Não existe carinho, são apenas relações físicas e frias.

Queria desejar que você seja feliz, mas não é isso que eu sinto. Por que não eu? Por que nunca eu?
Quem me olha não imagina que todos esses sentimentos estão aqui me sufocando, porque por fora eu continuo rindo, brincando, são atitudes genuínas naquele momento, porque eu me acostumei com a solidão, mas não quer dizer que ela não doa as vezes, e hoje ela está doendo muito.

A meu Deus eu vou morrer sozinha

Eu vou desistir do amor. Não quero mais um relacionamento. Vou ser eternamente solteira.
Isso é o que eu digo a mim mesma diversas vezes na esperança do meu coração absorver.
São tantos anos tentando, buscando alguém e falhando.
Não quero mais criar expectativas. Não quero mais sonhar. Chega de me entregar.
Mas isso é a minha mente racional, tentando me salvar de mais uma decepção.
O meu coração ao contrário ainda tem esperança de que alguém vai aparecer.
Na verdade essas afirmações são mais um truque dele, para que eu me finja de desapegada e consiga um amor de forma "inesperada".
Estou tentando enganar a mim mesma.
Meu coração dói. Ele está ferido, está sozinho, carente, perdido, desesperado.
A única certeza é que eu preciso de um tempo para a mente e para o coração.
Por enquanto, eu desisti do amor. Só por enquanto.

Sou invisível

Sinto que sou invisível.
Queria ser transparente, que vissem através de mim, o que há por dentro, tudo o que eu sou mas não invisível.
Ser invisível não permite que vejam nada. Nem o meu eu exterior, tampouco o interior.
Já me falaram que me escondo atrás de uma atuação.
Resolvi me mostrar então.
Deixei transparecer meu carinho, meu afeto. Com isso abri meu coração, me fiz vulnerável.
Fiquei invisível.
Parece que meus sentimentos não existem, que nada nunca existiu, sequer eu.

Aonde você foi?

Ainda estou tentando entender aonde você foi? O que aconteceu? Por que você sumiu?

Até segunda-feira estava tudo bem. Tivemos um final de semana maravilhoso. Saímos juntos. Rimos. Dançamos. Nos divertimos. Transamos. Dormirmos juntos. Acordamos juntos. Comemos, assistimos série. Dividimos a escova de dentes.

Na segunda de manhã acordamos cedo. Eu com meu mau humor matinal habitual. Te levei até o portão. Você me beijou, riu do meu humor, me agradeceu a companhia no final de semana e se foi.

Você não voltou. Aonde você foi? Por que não voltou?

Eu fiquei esperando. Estou perdida. Estou confusa. Já repassei as cenas do fim de semana na minha mente umas mil vezes para ver aonde foi que eu errei. Havia algum sinal de que você estava se afastando? Eu que não vi? Não quis ver? Não, não encontro nada.

Por que você se foi? Estou parada naquela segunda-feira, esperando. Você não avisou que estava indo, nem que não voltaria.

Aonde você foi?

Ludovica Baby